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Evangelismo

"EU SOU O BOM PASTOR; O BOM PASTOR DÁ A VIDA PELAS OVELHAS." JOAO 10.11

sábado, 20 de novembro de 2010

Oração


01 - Oração, Dom de Deus.
A oração, à semelhança da fé, é um dom de Deus, para que, em espírito, o filho redimido
se mantenha em diálogo constante e em comunhão permanente com seu Pai celeste em quaisquer
situações ambientais e variações emocionais. A oração está na vida da comunidade e do crente e não
apenas em situações litúrgicas, verbalizações ocasionais, circunstanciais e oportunistas. Oração sem
comunhão com Deus nada significa, nada representa espiritualmente. O desejo e a necessidade de orar
incessantemente são características do regenerado.
02 - Oração, Obra do Espírito.
A oração é obra do Espírito em nós, não produção de nosso intelecto, de nossa razão ou de
nossa emoção (Rm 8.15,26; Gl 4.6). Jesus coloca, por meio do Espírito Santo, em seu Corpo, Igreja, e
em cada um de seus membros a liturgia e a oração (Ef 6.18; Jo 4.23,24 cf Rm 1.8; 7.25).Portanto,
quem abre a alma do crente à oração é Deus (Sl 51.15). Pertinente, pois, nos parece a definição de J.J.
Von Allmen: “Oração é a partilha voluntária que Deus faz conosco de sua vontade, de seu poder e de
seu amor por meio da palavra humana”. Deus opera tudo em todos, tanto o querer como o realizar.
03 - Efeitos da Oração.
O exercício intenso e continuado da oração produz na vida do servo de Deus os seguintes
resultados: a- Pleno reconhecimento da paternidade divina. b- Certeza de que Deus recebe todas as
nossas orações, suplicativas ou intercessórias, e as responde positivamente, isto é, sempre para o bem
de seu eleito, mesmo que a resposta positiva lhe seja um “não” contundente. A positividade da resposta
pertence a Deus. A nós nos compete a aceitação com humildade e resignação, pois não sabemos orar
como convém ( Rm 8.26 ). c- Submissão incondicional à soberana vontade de Deus, seguindo o
Modelo, Jesus Cristo. A vontade e os desejos da criatura não podem prevalecer diante do Criador, que
dela dispõe como lhe aprouver, segundo os seus propósitos. d- Consciência plena de que diante do
Onipotente Criador, eterno, absoluto, imutável e infalível em seus decretos, planos, vontade, atos e
palavras, o redimido se coloca dentro de seu estado real: Pecador, mortal, impotente, ineficiente,
incapaz, limitadíssimo. A oração não é o recurso da virtude humana pelo qual a criatura manobra o
Criador, mas uma concessão da graça divina para que o regenerado se mantenha sob a regência e
cuidados do Regenerador. Poder falar com Deus em oração é uma graça, um privilégio, jamais um
direito ou um poder da finita, falível, limitada e mortal criatura humana. Como não se imagina um
soldado comandando um general, não se há de pensar a criatura dando ordens ao Criador.
Os infortúnios não silenciam o verdadeiro crente, não lhe tiram dos lábios o culto ao
Redentor. Como nada nos separa do amor de Cristo, nada impede a oração do crente real, que, nos
sofrimentos e na angústia, eleva ao Salvador tanto as preces súplices como as gratulatórias. É o milagre
da graça!
04 - Tipos de Oração.
O culto sinagogal de Israel possuía dois modelos essenciais de oração:
a. Shemah ( Dt 6.4-9 cf 11.13-21; Nm 15.37-41).
b. Tephilah ou Oração das Dezoito Bênçãos em que as três primeiras são de reconhecimento da
grandeza, do poder e da santidade de Deus; a penúltima é de ação de graças; a última, uma
doxologia sobre o grande e indiscutível autor da paz.
Jesus ensina que a oração deve ser:
a. Discreta, não servindo para projeção do ego de quem ora (Mt 5.5). Oração na comunidade não
é discurso público, mas diálogo com Deus de forma direta e simples.
b. Íntima. A oração é a expressão externa de um elo secreto estabelecido pelo Espírito Santo
entre o ser adorado e o adorador (Mt 5.6).
c. Objetiva e curta. A oração não deve ser longa, repetitiva, discursiva, explicativa. Não é pelo
muito falar que seremos ouvidos, e Deus não precisa de nossas explicações e descrições de
fatos. Ele é onisciente, conhece as nossas necessidades atuais e aquelas que teremos no futuro
(Mt 5.7).
05 - Paulo, Teólogo da Oração:
Paulo é o autor neotestamentário mais preocupado com a oração, especialmente a comunitária.
Nele encontramos os seguintes aspectos da oração litúrgica:
a. Doxologia de glorificação (Rm 1.21; 4.20;11.36; 15.6,9; 16.25-27; I Co 6.20; 10.31; II Co
1.20; 4.15; 9.13; Gl 1.5,24; Ef 3.20,21; Fp 1.11; 2.11; 4.20).
b. Louvor (Rm 14.11; 15.9-12; Ef 1.6,12,14; Fp 1.11; 2.11). Paulo usa o mesmo verbo para
louvar e confessar: “Exomologeomai”.
c. Bendizer, bênção, benedictus: (Rm 1.25; 9.15; I Co 14.26; II Co 1.3,4; 11.31; Ef 1.3).
d. Adoração (I Co 14.25).
e. Ação de graças (Rm 1.8,21; 6.17,18; 7.25;14.6; I Co 1.4,14; 10.30;11.24; 14.6,7,18; II Co
2.14; 4.15; 8.16,17; 9.11,12; Ef 1.15,16; 5.4,20; Fp 1.3,4; 4.6; Cl 1.3; 2.5,7; 3.15; 4.2; I Ts 1.2;
2.13; 3.9; 5.18; II Ts 1.3; 2.13; Fm 4)
f. Exultação e gozo (Rm 5.2,3,11;15.17; I Co 1.29; II Co 1.12; 7.4; Fp 1.26; 2.16; 3.3; I Ts 2.19).
g. Súplica, pedido pessoal (Rm 1.10; 7.24;I Co 14.13; II Co 12.8; I Ts 3.10)
h. Intercessão (bênção ou maldição) (Rm 1.7, 9,10; 8.15,16,2326,27,34; 9.1-3; 10.1; 11.2-5;
12.12, 14; 15.5,6; 13.30-33; 16.20; I Co 1.3,8; 2.9-16; 5.311.1025.29; 16.22,23; II Co 1.2,7,11,14;
13.7,9,11,14; Gl 1.3,8,9; 4.6; 6.16,18; Ef 1.2,16-23; 3.14-19; 6.18; Fp 1.2,4,9; 4.6,7,9,23; Cl
1.2,3,9-11,29; 2.1-3,5; 4.2,12,18; I Ts 1.1,2,3; 3.10-13; 5.17,18,23-25,28; II Ts 1.2,11,12;
2.16,17; 3.1-3,5,16,18; Fm 3,4,6).
Como se notou, a Oração é bem definida e ordenada nas Escrituras. Deus requer ordem e
especificação. Cada parte em seu lugar próprio na estrutura litúrgica.
06 - A Oração na Ordem Litúrgica.
Muitos irmãos ainda não aprenderam que a liturgia comunitária é um todo composto de
partes distintas. No Culto há momentos específicos de adoração, confissão, ação de graças, louvor,
consagração e intercessão. Desorganiza a liturgia uma oração desviada de seus objetivos e deslocada
de seu momento adequado. É muito comum pedirmos um irmão que ore, por exemplo, em confissão,
e ele louva, agradece, intercede, suplica perdão de pecados, até sem confessá-los. Não, oração de
confissão deve ser exclusivamente de confissão como a de adoração precisa ser especificamente de
adoração. Restringir-se ao assunto proposto significa que aquele que ora compreende a ordem do culto
e com ela colabora. O que se diz aqui da oração vale também para os hinos, muitas vezes inadequadamente
escolhidos, desorganizando o conjunto litúrgico. Não se há de cantar um hino de louvor ou de
adoração no momento de intercessão. Exemplos orientadores:
07 - Oração de Adoração:
Momento em que a Igreja é colocada pelo Espírito Santo diante de Deus como serva
adoradora. Exemplo: Senhor, sentimos a beleza, a majestade, a santidade e a glória da tua presença.
Por isso te adoramos face a face trazidos pelas mãos de teu Filho e congregados pelo teu Santo
Espírito. Tu és Espírito, e importa que teus adoradores o adorem em espírito e em verdade. Adoramos-
te em nome de teu Filho Jesus, Nosso Senhor. Amém!
08 - Oração de Confissão:
Momento em que a Igreja confessa seus pecados. Como povo de Deus constituído de
pecadores, a Igreja peca, algumas vezes por infidelidade e outras por omissão. Ela reconhece suas
fraquezas e confessa publicamente seus pecados pela boca de um de seus membros. Exemplo: Senhor,
tu nos constituíste em tua família para sermos um só corpo, vivermos em perfeita e santa
unidade, proclamarmos o teu Evangelho, mas a vaidade, a inveja, o orgulho e a ostentação separam-
nos uns dos outros e, em consequência, não pregamos a tua palavra com o nosso exemplo de
unidade, fraternidade e santidade. Queremos fazer o bem, mas o pecado nos impede. Perdoa-nos,
Pai, em nome de teu Filho Jesus. Amém! Na verdade, a oração de confissão divide-se em duas
partes: A primeira, expõe a Deus, sem reservas, inibições e truques, todos os pecados conscientes e
também os inconscientes, mas conhecidos por Cristo, que estão impedindo o crescimento espiritual da
Igreja e de cada um de seus membros. A segunda, é o sincero pedido de perdão. O Salmo 51 nos
mostra exatamente esse tipo de oração ( contrição-perdão). Confissão: “Pequei contra ti, contra ti
somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos; de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro
no teu julgar. Eu nasci na iniqüidade e em pecado me concebeu minha mãe”( Sl 5l.4,5 ). Pedido de
perdão: “Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo que a neve. Faze-me
ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste. Esconde o teu rosto dos meus pecados,
e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em
mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito.
Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustenta-me com um espírito voluntário” ( Sl 5l.7-12 cf 51.1-
3 ). Confissão e súplica de perdão fazem parte do mesmo conjunto.
Os pecados pessoais e íntimos devem ser confessados a Deus pessoal e intimamente, não
em culto público. Porém, se o pecado individual é contra a comunidade ou lhe afeta a ordem, a dignidade
e a pureza, deve ser confessado, especialmente no momento de oração silenciosa de confissão.
09 - Oração de Louvor:
Momento em que a Igreja reconhece a gloriosa soberania de Deus nas obras da criação, da
providência, do governo, da redenção, do perdão e da graça. Exemplo: Senhor, a Igreja te louva
porque é tua filha, e a ela deste olhos para ver e coração para sentir as tuas infinitas grandezas, o
teu imensurável amor e a tua incomparável misericórdia. Louvado seja sempre o teu nome. A
mesma Igreja que te exalta nos céus, louva-te na terra. Recebe, Senhor, o louvor, embora imperfeito,
de teu povo em nome de Jesus, teu Filho amado. Amém!
10 - Oração de Ação de graças:
Momento em que a Igreja agradece bênçãos recebidas pela comunidade e por qualquer de
seus membros. Exemplo de ação de graças geral: Agradecemos-te, Senhor, a vida física pela qual
nos relacionamos com a natureza e com a sociedade. Agradecemos-te a vida espiritual, a nossa
comunhão contigo e a fraternidade comunitária. Agradecemos-te a Igreja e a família por serem
bênçãos em nossas vidas e indispensáveis à nossa existência. Agradecemos-te todas as dádivas
materiais, espirituais, sociais e econômicas, inclusiva as graças da salvação, da esperança. do amor
e da fé. Externamos a nossa sincera gratidão a ti em nome de Jesus, teu Filho, nosso Salvador.
Amém! Pode-se e se deve fazer oração de ação de graças específicas por bênçãos especiais recebidas
ou por algo que se obteve na ordem natural como: Aniversário, casamento, Dia das Mães, aquisição de
imóveis, recuperação da saúde e tantas outras.
11 - Oração de Intercessão:
Momento em que a Igreja, como sacerdócio universal por ordenação divina, intercede por
ela mesma, pelos seus membros, pelas autoridades, pela pátria e pelo mundo. Exemplo: Pai, a Igreja,
ministra tua, intercede, por mediação de teu Filho, pela pátria, carente de governos honrados e de
submissão à tua palavra; pela Igreja evangélica, que nela colocaste, para que seu testemunho seja
mais autêntico e sua missão mais eficaz; pela Igreja Presbiteriana do Brasil, para que sejamos uma
só alma, uma só mente e um só coração; pela Igreja local, para que nela haja unidade, santidade e
fraternidade entre os irmãos; pelos enfermos físicos e espirituais, para que recebam de tuas mãos
a bênção da cura. Recebe, Pai, o clamor de teu povo em nome de teu Filho Jesus. Amém!
Toda oração deve ser dirigida ao Pai em nome do Filho. Jesus, como Sumo Sacerdote, é o
mediador de nossas preces e está conosco, onde quer que dois ou três se reúnem em seu nome, ao
mesmo tempo que se encontra no céu, à mão direita do Pai, no Santo dos Santos celeste, e intercede
por nós.
Lembretes:
a) A oração deve ser breve, concisa e objetiva (Ec 5.2; Mt 6.7; Mt 23.14), feita em voz
bem audível para que a comunidade toda possa dizer conscientemente: Amém!
b) Orar em nome de Cristo não significa exercer procuração em seu lugar, como pensam
muitos, mas submeter-se à sua mediação com muita humildade. O crente ora ao Pai por meio do Filho,
não como seu substituto.

Fonte: Monergismo

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