Título:
Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa – A
atualidade de Provérbios e Eclesiastes.
Comentarista: Pastor
José Gonçalves
Lição
13: Tema a Deus em Todo Tempo
Data: 29 de dezembro
de 2013
TEXTO
ÁUREO
"De tudo o que se tem ouvido,
o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de
todo homem" (Ec 12.13).
VERDADE PRÁTICA
Obedecer aos mandamentos do Senhor
é a prova de que vivemos uma vida justa diante dos homens e de Deus
HINOS SUGERIDOS
258, 396, 423
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 2.7
Conhecendo a criatura
Terça - Ec 12.1
Conhecendo o Criador
Quarta - Ec 11.9,10; Jo 21.18a
Conhecendo a mocidade
Quinta - Ec 12.1-7; Jo 21.18b
Conhecendo a velhice
Sexta - Ec 12.7; 1 Ts 5.23
Conhecendo o ser humano
Sábado - Ec 12.13,14
Um dia prestaremos contas
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Eclesiastes 12.1-8
1.Lembra-te do teu Criador nos
dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos
quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;
2 antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e
tornem a vir as nuvens depois da chuva;
3 no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens
fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que
olham pelas janelas;
4 e as duas portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da
moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as vozes do canto se baixarem;
5 como também quando temerem o que está no alto, e houver espantos no
caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o
apetite; porque o homem se vai à sua eterna casa, e os pranteadores andarão
rodeando pela praça;
6 antes que se quebre a cadeia de prata, e se despedace o copo de ouro,
e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço,
7 e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o
deu.
8. Vaidade de vaidade, diz o Pregador, tudo é vaidade.
INTERAÇÃO
Prezado professor, estamos
encerrando mais um trimestre. De todos os assuntos que estudamos nesta lição,
os que nos trazem mais perplexidades são as perspectivas apresentadas acerca da
imprevisibilidade da vida, o movimento dinâmico que ela apresenta e as contingências
da nossa existência. O homem que não confia em Deus pensa que foi lançado a
esmo no mundo. Aqui, é que o crente em Jesus se distingue daqueles que não
creem em Deus. Quando amamos e tememos ao Senhor de todo o nosso coração,
compreendemos a vida como algo finito no mundo, mas na esperança de brevemente
encontrarmo-nos em plenitude com um Deus "que tem, ele só, a imortalidade
e habita na luz inacessível" (1 Tm 6.16).
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
- Saber que somos criatura; Deus, o Criador.
- Explicar os dois grandes momentos da vida (juventude e velhice) e as duas dimensões da existência humana (corporal e espiritual).
- Analisar a oblação e a generosidade dos filipenses.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, sugerimos como
atividade pedagógica que faça o resumo dos principais pontos que foram
abordados na lição ao longo desse trimestre. Essa atividade visa introduzir a
aula dessa semana. Aproveitamos a oportunidade para sugerir alguns pontos a
serem relembrados: (1) O adultério; (2) O cuidado com o uso da língua; (3) A
imprevisibilidade e as contingências da vida. O professor poderá ampliar esses
pontos de acordo com a necessidade da sua classe.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
PALAVRA-CHAVE
Termo: Sentimento profundo de
respeito e obediência.
Salomão chega ao final de suas
reflexões acerca da vida "debaixo do sol". O pregador conclui o seu
ensino no capítulo 12 de Eclesiastes, contrastando vividamente os distintos
momentos da vida humana: juventude e velhice, alegria e tristeza, vida e morte,
presente e futuro, temporal e eterno. O estilo adotado por Salomão deixa-nos a
sensação de que ele processa a sua reflexão de trás para frente.
O autor fala da juventude a partir
de uma análise realista da velhice. Fala da vida com os olhos fitos na morte.
Fala do temporal com os olhos voltados ao eterno. Fala da criatura a partir do
Criador. E fala do prazer da vida sem perder de vista o julgamento final.
Nessa última lição, veremos como o
ensinamento do pregador nos ajuda a construir uma fé sadia e fundamentada no
temor do Altíssimo
I. - UMA VERDADE QUE NÃO PODE SER
ESQUECIDA
1. Somos criatura. O último
capítulo de Eclesiastes inicia-se com uma exortação a que nos lembremos do
nosso Criador. Uma das doutrinas mais bem definidas da Bíblia é a da criação.
Pela fé cremos no Deus criador do universo (Hb 11.3). Mas aqui, não temos o
interesse apologético de provar a existência de Deus, pois Salomão parte do
princípio de que Deus é, e que os seus leitores têm isso muito bem resolvido.
Com a expressão "lembra-te do
teu Criador", o sábio ensina aos homens que eles não passam de criaturas.
O termo hebraico para lembrar, zakar, reforça essa ideia. Ele significa
recordar, trazer a mente, fazer um memorial. É como se o pregador dissesse:
"Coloque isso em sua mente e, se possível, faça um memorial. Não esqueça
que você é criatura e que há um Criador".
2. Há um Criador. Se em
Eclesiastes 12.1 o pregador revela Deus como o Criador, no versículo 13, o
livro mostra o Pai Celeste como o Supremo Juiz. Foi Deus quem criou e modelou a
criatura a quem Ele chamou de homem! Este fato nos obriga a enxergar o ser
humano como criatura e Deus como o Criador. O homem como ser temporal e Deus
como o Eterno. Portanto, a partir dessa compreensão, podemos encarar a vida com
mais humildade e prudência.
SINÓPSE DO TÓPICO (I)
Uma verdade que não pode ser
esquecida: somos criatura; há um Criador.
II.OS DOIS GRANDES MOMENTOS DA
VIDA
1. A juventude. Salomão passa a
falar sobre a juventude, ou seja, o estágio da vida que representa o período de
maior vigor. Ele se vale de várias figuras para demonstrar a nossa finitude e o
quão frágeis somos. Em Eclesiastes 11.9, Salomão havia falado da juventude,
destacando-a como uma fase de recreação e de satisfação.
Tais metáforas criam a imagem da
exuberância, elemento característico da mocidade. Elas denotam que, nessa fase
da vida, as pessoas não se preocupam com lembranças, memoriais ou história. É
como se não houvesse um referencial. Mas em o Novo Testamento, o autor sagrado
mostra esse referencial (Hb 12.2) - Jesus Cristo - e exorta-nos a viver a vida
com os olhos fitos no Mestre.
2. A velhice. No Eclesiastes, a
juventude é vista como um estágio inicial e intenso da vida, enquanto a velhice
aparece como o último estágio da existência, onde nada mais parece fazer
sentido. O corpo físico, outrora forte, robusto e cheio de vigor, agora se
mostra enfraquecido pelos anos da vida.
De forma metafórica, o sábio prova
que a velhice é bem diferente da juventude. O prazer não é como antes (12.1), o
sol não brilha com o mesmo esplendor (12.2), e o metabolismo do corpo não
funciona como no passado (Ec 12.3-5). Enfim, a velhice mostra-nos como somos
frágeis, sujeitos a quebrar a qualquer instante (12.6).
SINÓPSE DO TÓPICO (II)
Os dois grandes momentos da vida
que o sábio apresenta no Eclesiastes são a juventude e a velhice.
III. AS DIFERENTES DIMENSÕES DA EXISTÊNCIA HUMANA
1. Corporal. Os sentimentos e
fatos experimentados na vida - alegrias ou tristezas, acertos ou erros, o
presente ou o passado - apenas são possíveis por causa da dimensão corporal de
nossa existência. O rei Salomão chama-nos a atenção para esse fato ao dizer que
"o pó volte à terra, como o era" (Ec 12.7a). O texto bíblico denota
que possuímos um corpo sujeito às limitações de espaço e tempo. Por isso, não
devemos esquecer que somos absolutamente finitos. Isso não significa que não
temos valor. Ao contrário, a Escritura demonstra que a dimensão temporal é tão
importante quanto a espiritual. Em 1 Coríntios 6.19,20, não há dualismo entre
corpo e espírito, como se este fosse bom e aquele mau. Portanto, devemos cuidar
do nosso corpo e usá-lo sempre para a glória de Deus.
2. Espiritual. Eclesiastes 12.7b
revela que possuímos uma dimensão espiritual da vida, pois o nosso espírito
voltará "a Deus, que o deu". O contexto do capítulo 12 de Eclesiastes
faz um contraste entre o temporal e o eterno, não deixando dúvidas que o termo
hebraico ruach, traduzido por fôlego, hálito e espírito, significa precisamente
"espírito" como a parte imaterial do homem (1 Ts 5.23; 2 Co 5.8; Fl
1.23).
Assim como cuidamos da nossa
dimensão material, devemos cuidar da espiritual (2 Co 7.1; 1 Tm 4.8). E apesar
de o homem ser constituído por duas dimensões existenciais - a humana e a espiritual -, elas não são
independentes entre si, pois o homem é um ser integral (1 Ts 5.23).
SINÓPSE DO TÓPICO (III)
As duas distintas dimensões da
existência humana encontradas no livro de Eclesiastes são a corporal e a
espiritual.
IV. PRESTANDO CONTA DE TUDO
1. Guardando o mandamento. Após
falar da brevidade da vida e da necessidade de se buscar em Deus um sentido
para ela, o sábio conclui que o dever de todo homem é temer a Deus e guardar os
seus mandamentos (Ec 12.13). Aqui, há duas coisas que precisam ser ditas.
Primeira, a vida é dinâmica, mas precisa de regras e normas. Segunda, é nosso
dever ouvir e guardar a Palavra do Senhor no coração.
O mandamento divino é constituído
de princípios eternos e, para o nosso próprio bem, temos de observá-los e
acatá-los integralmente fazendo tudo quanto o Criador requer de nós, pois esta
é a vontade de Deus (1 Jo 5.3).
2. Aguardando o julgamento. Nas
últimas palavras do Eclesiastes, há uma séria advertência sobre o julgamento a
que todo ser humano estará sujeito. O pregador diz que "Deus há de trazer
a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja
mau" (Ec 12.14). As nossas obras e ações serão avaliadas por Deus, pois
para Ele os valores estão bem definidos: o certo e o errado nunca mudam.
O termo hebraico mishpat, usado
nas últimas palavras de Salomão, possui o sentido jurídico de tomada de
decisão. Chegará, pois o dia da prestação de contas de todos os homens. O Justo
Juiz decidirá o nosso destino (Rm 14.10,12). Tais palavras não são
intimidatórias, mas um convite a vivermos com responsabilidade diante de Deus e
da sociedade
SINÓPSE DO TÓPICO (IV)
Todo homem não deve esquecer isto:
Um dia prestaremos contas de tudo a Deus.
CONCLUSÃO
A vida é um contraste entre a
alegria e a tristeza, entre a juventude e a velhice, entre a vida e a morte,
entre o passado e o presente. Não há como fugir a essa realidade. Sabendo que a
nossa vida "debaixo do sol" é tão fugaz, cabe-nos procurar
vivê-la da melhor maneira possível, pois
esse é um dom do Criador.
Salomão, em sua singular
sabedoria, nos ensina: tema a Deus em todo o tempo. Só assim seremos felizes.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
"[Os jovens] devem ser
ensinados a considerar a Deus como supremo.
Ele expõe a verdade de que 'o
temor do Senhor é o princípio da ciência' ([Provérbios 1] v.7); é a parte
principal do conhecimento; é o que inicia o conhecimento, isto é, (1) de todas
as coisas que devem ser conhecidas, esta é a mais evidente - que Deus deve ser
temido, deve ser reverenciado, servido e adorado; este é o princípio do
conhecimento, e não sabem nada os que não sabem isto. (2) Para adquirir todo o
conhecimento útil, é extremamente necessário que temamos a Deus; nós não somos
qualificados para nos beneficiar das instruções que nos são dadas, a menos que
nossas mentes sejam possuídas por uma santa reverência por Deus, e que cada
pensamento em nós seja levado à obediência a Ele. Se alguém quiser fazer a
vontade de Deus, deve conhecer a sua doutrina (Jo 7.17). (3) Assim como todo o
nosso conhecimento deve se originar do temor a Deus, ele também tende a este
temor, como sua perfeição e centro. Sabem o suficiente os que sabem como temer
a Deus, que são cuidadosos em todas as coisas, para agradar a Ele e temerosos
de ofendê-lo em alguma coisa; este é o Alfa e o Ômega do conhecimento"
(HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento - Jó a Cantares de
Salomão. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.720).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
"[Prestando contas à luz do
Sermão do Monte]
Em um importante sentido, todo o
Sermão do Monte representa uma simples expansão desse apelo compassivo.
Começando no mesmo ponto de partida - um lamento sobre a iminente destruição de
Jerusalém - Cristo simplesmente amplia a sua perspectiva e transmite aos
discípulos um extenso apelo que inclui desde o futuro escatológico até o
momento do seu retorno e do juízo que o acompanhará. Portanto, esse mesmo
espírito que inspirou o pranto de Cristo sobre a cidade de Jerusalém, permeia e
dá um colorido a todo o Sermão do Monte. E Mateus, que estava presente e ouviu
em primeira mão, registrou tudo isso no seu Evangelho, que é como um farol para
todos os pecadores, em todos os tempos. Trata-se do último e terno apelo do
Senhor para o arrependimento, antes que seja tarde demais.
Examinando esse sermão também
vemos que todos os vários apelos de Jesus para sermos fiéis e todas as suas
advertências para estarmos preparados ficam reduzidos a isso: eles representam
um compassivo convite para nos arrependermos e crermos. Ele está nos prevenindo
de que devemos nos preparar para a sua vinda porque, quando retornar, Ele trará
o Juízo Final. E, ao concluir o seu sermão, Ele descreve detalhadamente esse
juízo.
Essa parte remanescente do Sermão
do Monte transmite uma das mais severas e solenes advertências sobre o juízo em
toda a Escritura. Cristo, o Grande Pastor, será o Juiz, e irá separar suas
ovelhas dos bodes. Estas palavras de Cristo não foram registradas em nenhum dos
outros Evangelhos. Mas Mateus, pretendendo retratar Cristo como Rei, mostra-o
aqui sentado no seu trono terreno. Na verdade, esse juízo será o primeiro ato
depois do seu glorioso retorno à Terra, sugerindo que esta será a sua primeira
atividade como governante da Terra (cf. Sl 2.8-12). Esse evento inaugura, portanto, o Reino
Milenial, e é distinto do juízo do Grande Trono Branco descrito em Apocalipse
20, que ocorre depois que a era milenial chega ao fim. Nesse caso, Cristo está
julgando aqueles que estarão vivos no seu retorno, e irá separar as ovelhas (os
verdadeiros crentes) dos bodes (os descrentes). Os bodes representam a mesma
classe de pessoas que são retratadas como servos maus, como virgens
imprudentes, e como o escravo infiel nas parábolas imediatamente
precedentes" (MACARTHUR JR., John. A Segunda Vinda. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2008, pp.180-81).
VOCABULÁRIO
Esmo: Cálculo apenas aproximado;
estimativa, conjetura.
Intimidatória: Ato ou efeito de
intimidar. Provocar apreensão, receio ou temor.
Fugaz: Rápido, ligeiro, veloz. O
que desaparece rapidamente
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico
Antigo Testamento - Jó a Cantares de Salomão. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
MELO, Joel Leitão de. Eclesiastes
versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
PALMER, Michael D. (Ed.) Panorama
do Pensamento Cristão. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 56, p.42.
EXERCÍCIOS
1. Como o pregador conclui o seu
ensino em Eclesiastes capítulo 12?
R. Contrastando vividamente
os distintos momentos da vida humana: juventude e velhice, alegria e tristeza,
vida e morte, presente e futuro, temporal e eterno.
2. Com a expressão "lembra-te
do teu Criador", o que o sábio quer ensinar ao homem?
R.
O sábio ensina aos homens que eles não passam de criaturas.
3. Em o Novo Testamento, qual é o
referencial que o autor sagrado usa para exortar-nos a viver a vida com os
olhos fitos no Mestre?
R. Jesus Cristo.
4. Segundo a lição, o que 1
Coríntios 6.19,20 ensina-nos acerca do corpo e espírito?
R. Que não há dualismo entre corpo
e espírito, como se este fosse bom e aquele mau.
5. Qual o dever de todo o homem?
R. Temer a Deus e guardar os seus
mandamentos.
Disponibilizamos a todos, que, quiserem aprender a Palavra de Deus através das Lições Bíblicas Jovens e Adultos da CPAD. Da Escola Bíblica Dominical, faça bom uso da Palavra de Deus através das Lições. Mas por favor, não modifiquem o conteúdo das lições postadas neste blog, e, indiquem a fonte em nome de Jesus!