Título:
Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa – A
atualidade de Provérbios e Eclesiastes.
Comentarista: Pastor
José Gonçalves
Lição
9: O Tempo para todas as Coisas
Data: 1 de dezembro
de 2013
TEXTO
ÁUREO
"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo
o propósito debaixo do céu"
(Ec 3.1).
VERDADE
PRÁTICA
O tempo e o espaço em que vivemos são limitados, por isso,
devemos ser bons despenseiros de Deus nesta vida.
HINOS SUGERIDOS
224, 227, 396
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Ec 1.4
A transitoriedade da vida
Terça - Ec 3.11
A eternidade de Deus
Quarta - Ec 9.11,12
O homem desconhece o tempo
Quinta - Ec 5.18,19
A satisfação do trabalho
Sexta - Ec 1.17,18
O tempo e o conhecimento
Sábado - Ec 2.4-11
O trabalho e a prosperidade como vaidades
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Eclesiastes 3.1-8
1. Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o
propósito debaixo do céu:
2. há tempo de
nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se
plantou;
3 tempo de matar e
tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar;
4 tempo de chorar e
tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar;
5 tempo de espalhar
pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de
abraçar;
6 tempo de buscar e
tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora;
7 tempo de rasgar e
tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar;
8 tempo de amar e
tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.
INTERAÇÃO
Alguém poderia dizer que o livro de Eclesiastes mais parece
uma obra secular que a Palavra de Deus. Mas na verdade ele se apresenta
realista. Ali, Salomão apresenta uma perspectiva de desencanto com a vida, se
incomoda com a transitoriedade da existência e conclui: tudo na vida é
"vaidade", isto é, passageiro. Se partirmos do ponto de vista de que
o que Salomão está dizendo encontra-se interligado com o seu histórico de vida
encharcado em pecado - ninguém mais do que ele sabia o que era viver uma vida
outrora na presença de Deus, mas agora longe dos seus caminhos -, veremos que
há apenas uma conclusão que ele poderia chegar: a vida sem Deus é vaidade!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Conhecer o livro e a mensagem de Eclesiastes.
- Explicar a transitoriedade da vida e a eternidade de Deus.
- Administrar bem o tempo e as relações interpessoais.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor para introduzir a lição desta semana
sugerimos que você reproduza o esquema abaixo conforme suas possibilidades.
Nesta lição, vamos iniciar o estudo do livro de Eclesiastes e, para isto, é
imprescindível começarmos o estudo a partir de uma visão panorâmica de todo o
livro. O esboço de Eclesiastes permite conhecer, de maneira panorâmica, seu
conteúdo de uma só vez. Portanto, antes de iniciar a aula leia e analise o
esboço juntamente com a classe
ESBOÇO DO LIVRO DE ECLESIASTES
Autor: Salomão
Tema: A nulidade da vida à parte de Deus
Data: Cerca 935 a.C.
I. Introdução: A inutilidade Geral da vida Natural (1.2-11)
II. A inutilidade de uma vida egocêntrica (1.12—2.26)
A insu!ciência da sabedoria humana - 1.12-18
A banalidade da vida (riquezas e prazeres) - 2.1-11
A transitoriedade das grandes conquistas - 2.12-17
Injustiça associada ao trabalho forçado - 2.18-23
O real prazer da vida está em Deus - 2.24-26
III. Reflexões diversas sobre as Experiências da Vida
(3.1—11.6)
Concernentes às coisas de Deus - 3.1-22
Experiências vãs da vida natural - 4.1-16
Advertências a todos - 5.1—6.12
Provérbios diversos a respeito da sabedoria - 7.1—8.1
Sobre a justiça - 8.2—9.12
Mais Provérbios variados sobre a sabedoria - 9.13—11.6
IV. Admoestações finais (11.7—12.14)
Regozijar-se na juventude - 11.7-10
Lembrar-se de Deus na juventude - 12.1-8
Apegar-se a um só livro e temer a Deus - 12.9-14
Temer a Deus e guardar os seus mandamentos
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
PALAVRA-CHAVE
Tempo: Duração relativa das coisas que cria
no ser humano a ideia de presente, passado e futuro; período contínuo na qual
os eventos se sucedem.
Muitos filósofos
denominam os nossos dias de "a era do vazio e das incertezas". Há uma
explicação para isso: a rejeição à tradição bíblica propagada pelo
Cristianismo. Podemos perceber o desencadeamento desse processo na
relativização da ética e na total rejeição à verdade absoluta. Neste ambiente
de contradições filosóficas não existe verdade, e sim "verdades"
desprovidas de qualquer sentido.
O livro de Eclesiastes mostra a crise de um homem que vive a
falta de harmonia existencial que hoje presenciamos. Procurando viver
intensamente a vida, ele mergulhou num mundo duvidoso e sensual, para descobrir
que a vida sem Deus é um mergulho no vazio e uma corrida atrás do vento.
I. ECLESIASTES, O LIVRO E A MENSAGEM
1. Datação do livro. Estudos indicam que o relato dos fatos
ocorridos em Eclesiastes podem ser datados por volta do ano 1000 a.C., período
no qual o rei Salomão governava Israel. De fato, o próprio Eclesiastes diz ser
o rei Salomão o autor da obra sagrada (Ec 1.1, cf. v.12).
2. Conhecendo o Pregador. Salomão identifica-se como o
pregador, traduzido do hebraico qoheleth (Ec 1.1,12). A palavra
"pregador" deriva de qahal, expressão que possui o sentido de
"reunião" ou "assembleia". A Septuaginta (que é a tradução
da Bíblia Hebraica para o grego) traduziu qoheleth pelo seu equivalente grego
ekklesia, daí o nome Eclesiastes: uma referência a alguém que fala, ou
discursa, em uma reunião ou assembleia.
O pregador foi Salomão, que já estava velho, mas tinha uma
visão bem realista da vida. Conforme registradas em Eclesiastes, e embora
retratem um período de declínio político, moral e econômico de Israel, suas
palavras apontam para Deus como a única fonte de satisfação, realização e
felicidade humana.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O nome Eclesiastes é uma referência a alguém que fala, ou
discursa, em uma reunião ou assembleia.
II. DISCERNINDO OS TEMPOS
1. A transitoriedade da vida. Um tema bem claro em
Eclesiastes é o da transitoriedade da vida. Ela é efêmera, passageira. E
Salomão estava consciente disso (Ec 1.4). Sendo a vida tão curta, que
"vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do
sol?" (Ec 1.3). Esse é o dilema que Salomão procura responder.
A vida é passageira, dura pouco. Por isso, muitos buscam
satisfazer-se de várias formas. Há os que acham que a sabedoria resolverá o seu
problema (Ec 1.16-18; 2.12-16). Outros buscam preencher a sua alma com os
prazeres dessa existência (Ec 2.1-3). Ainda outros recorrem às riquezas (Ec
2.4-11). E, por último, há aqueles que se autorrealizam no trabalho (Ec
2.17-23). Tudo é vaidade! O centro da realização humana não está nessas coisas.
2. A eternidade de Deus. Cerca de 40 vezes o Pregador
refere-se a Deus no Eclesiastes. Ele o identifica pelo nome hebraico Elohim, o
Deus criador. Isto é proposital, pois Salomão alude com frequência àquilo que
acontece "debaixo do sol" (Ec 1.3,9,14; 2.18). É debaixo do sol que
está a criação; é debaixo do sol que o homem se encontra.
Mas o Pregador tem algo mais a dizer. Ele quer destacar o
enorme contraste entre a criação e o Criador, mais especificamente entre Deus e
o Homem. Deus é eterno, onipotente, autoexistente, enquanto o homem é finito,
frágil e transitório. Por ser mortal, o homem não deve fixar-se apenas nas
coisas dessa vida, pois o Deus Eterno pôs a eternidade em seu coração (Ec 3.11
- ARA).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Nas Escrituras, o tempo se mostra na transitoriedade da vida
e na eternidade de Deus.
III. - O TEMPO E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
1. Na família. O Eclesiastes ensina que uma das
características de nossa vida é a brevidade. Por isso, devemos usufruir com
intensa alegria, juntamente com o nosso cônjuge e filhos, dos bens que o Senhor
nos proporciona (Ec 9.7-9), pois a vida pode rapidamente se acabar.
Nesse capítulo, Salomão refere-se a vários itens que eram
usados pelos israelitas em ocasiões festivas (Am 6.6; Ct 1.3; 2 Sm 14.2; Sl
104.15). O que isso significa? Antes de mais nada, que o nosso lar deve ser uma
permanente ação de graças a Deus por tudo o que Ele nos concede.
Nossa casa deve ser um lugar de celebração. Desfrutemos,
pois, as alegrias domésticas em companhia da esposa amada (Ec 9.9). A metáfora
tem uma mensagem bastante atual: a família cristã, sem recorrer às bebidas
alcoólicas e outras coisas inconvenientes e pecaminosas (Ef 5.18), pode e deve
alegrar-se intensamente. A vida do crente não precisa ser triste.
2. No trabalho. O trabalho não deve ser um fim em si mesmo.
Quando ele é o centro de nossa vida transforma-se em fadiga (Ec 5.16,17). Mas
quando deixa de ser um fim em si mesmo, passa a ter real significado,
tornando-se algo prazeroso, não pesado (Ec 5.18).
A palavra traduzida do hebraico samach é "gozar",
evocando regozijo e alegria. Isto significa que o nosso local de trabalho deve
ser um lugar agradável e alegre, fruto das relações interpessoais sadias.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O relacionamento familiar do crente deve ser intenso, assim
como o trabalho deve ser uma atividade prazerosa e agradável.
IV. - ADMINISTRANDO BEM O TEMPO
1. Evitando a falsa sabedoria e o hedonismo. A busca pelo
conhecimento tem sido o alvo do homem através dos séculos. Salomão também
empreendeu essa busca (Ec 1.17,18). Mas quem procura o conhecimento desperta a
consciência em relação ao mundo ao seu redor, e é tomado por um sentimento de
impotência por saber da própria incapacidade de melhorar a natureza das coisas.
Nesse aspecto, a busca do conhecimento, como o objeto de realização pessoal,
pode conduzir à frustração.
Semelhantemente, a busca por prazer, por si só, configura
uma prática hedonista e contrária a Deus (Ec 2.1-3). Muitos são os que buscam a
satisfação no álcool, drogas, sexo etc. Tudo terminará num sentimento de vazio
e frustração. Quem beber dessa água tornará a ter sede (Jo 4.13). Somente o
Evangelho de Cristo pode satisfazer plenamente o ser humano.
2. Evitando a falsa prosperidade e o ativismo. Em
Eclesiastes 2.4-11, Salomão desconstrói a ilusão daqueles que buscam, nos bens
terrenos, a razão fundamental para a vida. A falsa prosperidade leva o homem a
correr desenfreadamente para acumular riquezas, alcançar elevadas posições na
sociedade e obter notoriedade e fama. Tudo isso, conclui o sábio, é correr
atrás do vento.
Por outro lado, e não menos danoso, é a prática de um
ativismo impiedoso, que pode estar nas esferas da profissão ou de qualquer
outra prática (Ec 2.17-23). Isso também é correr atrás do vento. O trabalho,
quando empreendido racionalmente, não nos desumaniza, mas nos faz crescer como
pessoas.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Para administrarmos bem o nosso tempo devemos começar por
evitar a falsa sabedoria, o hedonismo, a falsa prosperidade e o ativismo. Estes
roubam-nos o tempo.
CONCLUSÃO
Vimos que há um tempo para todas as coisas! Esse tempo é
extremamente precioso para ser desperdiçado! Por conta da transitoriedade da
nossa existência, devemos saber usar bem o nosso tempo, seja buscando
conhecimento, seja desfrutando da companhia de nossos familiares e,
principalmente, servindo ao Senhor. Somente Deus é eterno e somente Ele deve
ser o centro de nossa busca.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Exegético
"O tema do livro de Eclesiastes é que 'debaixo do sol
[isto é, 'sem Deus no cenário'], tudo é vaidade'. A palavra-chave do livro é
'vaidade', que aparece trinta e oito vezes, sendo usada para descrever coisas
externas e tangíveis (Ec 2.15,19; 8.10,14), bem como pensamentos (Ec 1.14;
2.11). O vocábulo 'vaidade' origina-se do hebraico hebhel [...], que enfatiza
aquilo que é efêmero e vazio. A expressão 'vaidade de vaidades' indica a
maneira hebraica de expressar um superlativo (poderia ser traduzida como 'muito
fútil'). Este método também é visto na expressão 'lugar santíssimo' (Êx 26.34),
cujo significado literal no idioma hebraico é 'santo dos santos'.
[...] A perspectiva de Salomão na época em que ele escreveu
é a chave para entender o livro de Eclesiastes de modo apropriado, e para
explicar o seu pessimismo geral. Salomão escreve do mesmo ponto de vista em que
tinha vivido a maior parte da sua vida, e a de 'debaixo do sol' (Ec 1.3, e 30
outras ocorrências). É com a perspectiva terrena e secular que a vida se torna
fútil. Ainda assim, há momentos que a fé de Salomão em Deus se dá a conhecer
(Ec 12.13,14 é normalmente mencionado, mas este é somente o clímax de
pensamentos como 2.25; 3.11,17...)" (Bíblia de Estudo Palavras-Chave:
Hebraico e Grego. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.701-02).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Bibliológico
"Peculiaridades do Livro de Eclesiastes
A palavra 'Eclesiastes' vem do grego. É o título do livro na
Septuaginta e significa: 'Aquele que fala a uma assembleia'.
No hebraico é Qohéleth. Pode ser traduzida de muitos modos
como: 'o Pregador, o Sábio, o Velho, O que sabe, o Sapiente Venerado, o
Colecionador de Máximas, O que sabe que não sabe'.
Como a palavra Qohéleth tem forma feminina, alguém pensa que
deve significar uma assembleia ou reunião. A mesma palavra de 1.1 aparece em
7.27, significando a sabedoria dada por Deus para inspirar Salomão. Pode ser
entendida como a própria sabedoria pregando a sabedoria.
Qohéleth, 'Pregador', é empregado aqui como um nome de
Salomão.
O Eclesiastes revela um esforço buscando a felicidade. O
autor procurou o bem supremo na sabedoria, nos prazeres, na política, nos bens
materiais, e concluiu que tudo é vaidade e aflição de espírito.
Tem sido considerado o livro mais misterioso do Cânon
Sagrado. Para uns, é a esfinge da literatura hebraica.
Alguém acha que o texto apresenta uma alma em desespero,
afirmando um materialismo puro ou um niilismo ativo.
Há uma opinião considerando o Eclesiastes um monólogo em que
o Pregador expõe sozinho suas ideias, ao contrário dos outros livros da Bíblia
que, em geral, têm uma forma de diálogo com Deus" (MELO, Joel Leitão de.
Eclesiastes versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, pp.17-18).
VOCABULÁRIO
Hedonismo: Doutrina que ensina o prazer como o bem supremo
da vida.
Tangíveis: Tocável, sensível, palpável.
Esfinge: Na Grécia antiga, monstro fabuloso que propunha
enigmas aos viandantes e devorava quem não conseguisse decifrá-los. Pessoa
enigmática, que pouco se manifesta e de quem não se sabe o que pensa ou sente.
Niilismo: Ponto de vista que considera que as crenças e os
valores tradicionais são infundados e que não há qualquer sentido ou utilidade
na existência.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
MELO, Joel Leitão de. Eclesiastes versículo por versículo.
Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 56, p.40.
EXERCÍCIOS
1. Quem é o autor do livro de Eclesiastes?
R. Salomão.
2. A que se refere o termo "Eclesiastes"?
R. A alguém que fala, ou discursa, em uma reunião ou
assembleia.
3. Qual dilema Salomão procura responder no Eclesiastes?
R. Sendo a vida tão curta que "vantagem tem o homem de
todo o seu trabalho, no que ele faz debaixo do sol?" (Ec 1.3).
4. Qual a mensagem atual da metáfora de Eclesiastes 9?
R. A família cristã, sem recorrer às bebidas alcoólicas e
outras coisas inconvenientes e pecaminosas (Ef 5.18), pode e deve alegrar-se
intensamente.
5. Como a falsa prosperidade se revela na vida do homem?
R. Ela leva o homem a correr desenfreadamente para acumular
riquezas, alcançar elevadas posições na sociedade e obter notoriedade e fama.
Disponibilizamos a todos, que, quiserem aprender a Palavra de Deus através das Lições Bíblicas Jovens e Adultos da CPAD. Da Escola Bíblica Dominical, faça bom uso da Palavra de Deus através das Lições. Mas por favor, não modifiquem o conteúdo das lições postadas neste blog, e, indiquem a fonte em nome de Jesus!