Título:
Filipenses – A humildade de Cristo como exemplo
para a igreja,
Comentarista: Pastor
Elienai Cabra
Lição
7:A Atualidade dos Conselhos Paulinos
Data: 18 de agosto
de 2013
TEXTO
ÁUREO
"Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no
Senhor"
(Fp 3.1a).
VERDADE
PRÁTICA
Para quem ama a Deus o mais importante é ter um coração
renovado pela ação do Espírito Santo.
HINOS SUGERIDOS
388, 398, 502
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Ts 5.16
Regozijai-vos sempre
Terça - Sl 32.11
Alegrai-vos no Senhor
Quarta - Ne 8.10
A alegria do Senhor é a nossa força
Quinta - Rm 8.31-39
A alegria de saber que Deus é por nós
Sexta - Atos 13.50-52
Alegria em meios às perseguições
Sábado - Fp 3.3
A verdadeira circuncisão cristã
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 3.1-10
1 Resta, irmãos
meus, que vos regozijeis no Senhor. Não me aborreço de escrever-vos as
mesmas coisas, e é segurança para vós.
2 Guardai-vos dos
cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão!
3 Porque a
circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em
Jesus
Cristo, e não confiamos na carne.
4 Ainda que
também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne,
ainda mais eu:
5 circuncidado ao
oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus;
segundo a lei, fui fariseu,
6 segundo o zelo,
perseguidor da igreja; segundo a justiça que há na lei, irrepreensível.
7 Mas o que para
mim era ganho reputei-o perda por Cristo.
8 E, na verdade,
tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de
Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de
todas estas coisas e as considero como
esterco, para que possa ganhar a Cristo
9 e seja achado
nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em
Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus, pela fé;
10 para conhecê-lo, e a virtude da sua ressurreição, e a
comunicação de suas aflições, sendo feito
conforme a sua morte;
INTERAÇÃO
A presente lição busca ressaltar a atualidade que os
conselhos do apóstolo Paulo têm para o tempo que se chama "hoje".
Além de o apóstolo versar sobre o cuidado com os falsos obreiros, aqueles que
distorcem a liberdade em Cristo Jesus, Paulo conclama a igreja a se alegrar em
Deus, a despeito de todos os transtornos que ela possa ter sofrido no confronto
com os falsos obreiros. A vida de Paulo nos mostra que é possível alegrar-se em
meio ao sofrimento. O sofrimento na vida do crente não significa ausência de
alegria em Deus. O apóstolo mostrou que a fé no Cristo ressurreto transcende o
nosso estado momentâneo de sofrimento. Portanto, prezado professor, alegre-se
em Deus.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Dissertar a respeito da alegria do Senhor.
- Explicar a tríplice advertência de Paulo contra os inimigos da fé.
- Compreender o significado da verdadeira circuncisão cristã.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, para concluir o tópico III da lição,
reproduza o esquema abaixo de acordo com as suas possibilidades. O objetivo
desta atividade é estabelecer uma diretriz bíblica e clara a respeito do que o
apóstolo Paulo estava falando a respeito da "verdadeira circuncisão
cristã". À luz do texto de Filipenses 3.1-4 o apóstolo mostra que a
"circuncisão" que é realizada pelo Espírito nada tem com a
circuncisão imposta pela "carne". Afirme para a classe que o crente
em Jesus não se gloria dos seus atributos exteriores, pois sabe que eles não
têm o poder de influenciar nada, a não ser para gerar uma falsa piedade, falsa
humildade e falsa disciplina com o corpo. Portanto, não são de valor algum para
a espiritualidade, senão para a "satisfação da carne" (Cl 2.20-23).
SEGUNDO O ENSINO DO APÓSTOLO PAULO AOS FILIPENSES, O
VERDADEIRO
CRISTÃO É DE FATO A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO, NÃO O COSTUME DO
JUDAÍSMO. O APÓSTOLO USA TRÊS CONCEITOS PARA IDENTIFICAR TAIS CRISTÃOS:
1) Eram aqueles "que adoravam pelo Espírito de
Deus". A palavra traduzida na NIV como "adoração" (latreuo) é
usada na LXX [septuaginta] e no livro de Hebreus para se referir ao serviço dos
sacerdotes no templo (Êx 23.25; Dt 6.12; Hb 8.5; 10.2). A palavra é também
usada em Romanos 12.1, onde Paulo incita seus ouvintes a oferecerem seus corpos
a Deus como sacrifício, bem como um "ato de adoração espiritual".
Paulo continua a encorajar os cristãos romanos a permitirem que suas mentes
sejam renovadas e suas vidas capacitadas pelo poder do Espírito, exercitando
seus dons para servirem uns aos outros (12.2-8).
2) Os cristãos filipenses não deveriam ter como orgulho
quaisquer sinais físicos que demonstrassem sua condição de comunhão, porém,
antes, deveriam orgulhar-se em Cristo e na sua obra. Não deveriam depositar a
sua confiança em regra e rituais respeitados ou valorizados por aqueles que
viviam sob a lei Mosaica. O motivo de orgulho do cristão nunca deveria
consistir em ser irrepreensível com respeito aos mandamentos da lei (3.4). A
verdadeira circuncisão é formada por aqueles que colocam sua fé somente em
Cristo, e que têm nEle seus motivos de orgulho.
3) "A [verdadeira] circuncisão" são aqueles que
não depositam nenhuma confiança na carne. Para Paulo, a ideia de
"carne" (sarx) significou frequentemente um "local natural"
de existência humana (Rm 9.3; 1 Co 10.18), mas usa frequentemente a palavra em
um sentido teológico para se referir à condição da humanidade em rebelião
contra Deus. A consequência final de ser dominado pela carne é a morte (Rm
8.6). O cristão é chamado a crucificar a carne e as suas obras e viver de
acordo com o Espírito (Gl 5.16ss). Deste modo, sarx traz consigo um significado
duplamente nítido em Paulo: (a) É renúncia sincera a toda e qualquer
observância da lei cerimonial, como a circuncisão, que alegue poder alcançar a
salvação; (b) Paulo, à luz do uso mais amplo do termo sarx, expõe as ações dos
judaizantes ao que realmente são: obras realizadas em rebelião contra Deus.
Paulo mostra que a espiritualidade dos judaizantes está em
manter a lei; sua glória está em suas realizações; e sua confiança em
cerimônias e costumes religiosos exteriores. Caso alguém pense que Paulo tenha
exagerado nesta ênfase, basta olhar para sua vida e veremos que ele sabe o que
está dizendo. Antes de se tornar um cristão, ele mesmo aceitava as convicções
judaicas.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
PALAVRA-CHAVE
Conselho: Parecer, juízo, opinião. Advertência que emite;
admoestação, aviso.
No capítulo três de sua carta aos Filipenses, Paulo continua
revelando preocupação a respeito dos "maus obreiros". Estes se
aproveitavam de sua ausência para introduzir falsas doutrinas na igreja. A fim
de precavê-la, por três vezes o apóstolo diz: "guardai-vos" (v.2).
Nesta lição, veremos que Paulo também não deixou de exortar os filipenses a
que, mesmo diante das adversidades, se alegrassem no Senhor (v.1), pois a
alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8.10).
I. A ALEGRIA DO SENHOR
1. Regozijo espiritual. A expressão "resta, irmãos
meus" (v.1), aparece no texto grego como to loipon, que é traduzido como
"finalmente". Ela sugere que Paulo estava concluindo sua carta, mas ainda
havia algo importante a dizer aos irmãos da igreja em Filipos. O apóstolo
ensina aos irmãos filipenses que a alegria do Senhor é a força que nos faz
superar toda e qualquer adversidade. O contentamento que Jesus nos oferece é um
reforço para a nossa fé em tempos de adversidade.
2. Exortação ao regozijo. A alegria do Senhor é produzida
pelo Espírito Santo no coração do crente. Esta alegria independe das
circunstâncias, pois é divina e faz com que o cristão supere as dificuldades.
Paulo mostra aos filipenses que esse sentimento de felicidade, concedido pelo
Senhor, é uma capacitação divina que fortalece a igreja a suportar as
adversidades. Para o apóstolo, que se encontrava na prisão, a alegria do Senhor
era como um precioso consolo, capaz de trazer descanso e quietude para a sua alma.
3. Alegria em meio às preocupações e aflição. Paulo percebeu
que, em virtude do sofrimento, os irmãos de Filipos poderiam ser tomados pelo
desânimo. Por isso, ele os exortou a se alegrarem em Deus, pois a alegria vinda
da parte do Senhor nos fortalece (Ne 8.10). Triunfante por causa de sua
confiança no Cristo ressurreto, o apóstolo sabe que somente aquele que conhece
e confia no Senhor, e em sua Palavra, é capaz de regozijar-se diante das
dificuldades, tal como ele e Silas o fizeram (At 16.24,25). Deus é o nosso
conforto. Nele podemos confiar e regozijar-nos sempre (1 Ts 5.16).
SINÓPSE DO TÓPICO (I)
A alegria do Senhor, a que Paulo se refere, se manifesta em
meio às preocupações e as aflições da vida.
II. A TRÍPLICE ADVERTÊNCIA CONTRA OS INIMIGOS (3.2-4)
1. "Guardai-vos dos cães". A hostilidade de Paulo
contra os maus obreiros era forte e decisiva, pois eles causavam muitos males à
igreja, em especial aos novos convertidos. Paulo chama os judaizantes de
"cães", pois estes acreditavam e ensinavam que os gentios deviam
obedecer a todas as leis judaicas, um fardo legalista que nem mesmo os próprios
judeus suportavam (Gl 2.14). Os judaizantes eram como "cães" que
atacavam os novos convertidos durante a ausência de Paulo. O apóstolo
repelia-os com veemência e orientava os filipenses a que deles se
resguardassem.
2. "Guardai-vos dos maus obreiros". Estes também
são denominados por Paulo como "cães" e os da
"circuncisão". Eles espalhavam
falsos ensinos, não se importando com a sã doutrina ensinada pelos apóstolos.
Pregavam um falso evangelho (Gl 1.8,9). Afirmavam que para que os gentios se
tornassem cristãos deveriam seguir a lei mosaica e, pior, as tradições
judaicas. Todavia, no concílio da igreja em Jerusalém, conforme Atos 15, os
apóstolos já haviam discutido sobre o papel da lei judaica em relação aos
gentios. Segundo as deliberações do "concílio de Jerusalém" os
gentios cristãos não deveriam comer alimentos oferecidos aos ídolos, carne com
sangue e sufocada (Lv 17.14). Deveriam também evitar as práticas sexuais
imorais. Não obstante, os "maus obreiros" faziam questão de discordar
do ensino paulino, a fim de impor aos gentios as práticas judaicas.
3. "Guardai-vos da circuncisão". Um dos costumes
judaicos que aqueles "maus obreiros" queriam impor era a prática da
"circuncisão". Eles ensinavam, erroneamente, que a circuncisão
tornaria os gentios verdadeiramente cristãos. Paulo então passa a ensinar aos
filipenses que a verdadeira circuncisão é aquela operada no coração; logo não é
algo da carne, mas do Espírito Santo. De acordo com o Comentário Bíblico
Pentecostal, editado pela CPAD, "os cristãos filipenses não deveriam ter
como motivo de orgulho quaisquer sinais físicos que demonstrassem sua condição
de comunhão, porém, antes, deveriam orgulhar-se em Cristo e na sua obra".
SINÓPSE DO TÓPICO (II)
"Guardai-vos dos cães", "guardai-vos dos maus
obreiros", "guardai-vos da circuncisão"; são advertências
paulinas a que a igreja se cuidasse com os judaizantes.
III. A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO CRISTÃ (3.3)
1. A circuncisão no Antigo Testamento. Sabemos que a
circuncisão era um rito religioso com caráter moral e espiritual, consistindo
em um sinal físico de que a pessoa pertencia ao povo com o qual Deus fez um
pacto. Era também um sinal de obediência a Deus (Gn 17.11; At 7.8). Porém, os
seguidores de Jesus não precisam da circuncisão para serem identificados como
pertencentes a Ele. A circuncisão do cristão é espiritual e interior, operada
pelo Espírito Santo, no coração, mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 4.9-11).
2. A verdadeira circuncisão não deixa marcas físicas. Paulo
ensina aos colossenses que a verdadeira circuncisão em Cristo não é por
intermédio de mãos humanas, mas "no despojo do corpo da carne" (Cl
2.11,12). É um ato espiritual, levado a efeito pelo Senhor Jesus que remove a
nossa velha natureza e nos concede uma nova (2 Co 5.17). É uma circuncisão do
coração (Rm 2.29).
3. A verdadeira
circuncisão não confia na carne (3.3-7). Os cristãos judaizantes que
participavam da igreja em Filipos confiavam muito mais na carne e na
circuncisão do que em Cristo. Por isso, Paulo narra a sua história como judeu.
Ele declara ter sido circuncidado ao oitavo dia (v.5) e ter seguido todos os
ritos da lei (v.6). Mas o apóstolo enfatiza que ao encontrar-se com Cristo,
renunciou a tudo da velha religião para servir apenas a Cristo. Paulo declara:
"Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos
gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne" (3.3). A salvação é
somente pela fé em Jesus. Nenhum rito religioso é capaz de trazer salvação
SINÓPSE DO TÓPICO (III)
A verdadeira circuncisão não confia na carne nem deixa
marcas físicas, pois ela é gerada pelo Espírito.
CONCLUSÃO
Paulo ensinou aos filipenses que a confiança em Cristo nos
garante alegria. Tal felicidade independe das circunstâncias e faz-nos
enfrentar todas as dificuldades comuns às demais pessoas com uma diferença:
temos esperança! Paulo também mostrou aos filipenses que as leis do Antigo
Testamento e seus ritos tinham sua importância, todavia, a obediência a tais
leis e ritos não garantiam a salvação de ninguém. O que deve ser considerado
pelo crente é o seu relacionamento com o Cristo ressurreto.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Sócio-Cultural
A Alegria em Filipenses
Todos querem ser felizes. Isto era tão verdadeiro no século
I quanto hoje. E, nesta área, várias filosofias ofereciam sistemas éticos que
prometiam guiar os estudantes a uma vida completa e feliz. Estes sistemas eram
sofisticados demais para confundir 'sentir-se feliz' com felicidade. E assim os
filósofos começaram a redefinir o termo, porque embora não pudessem ajudar
ninguém a se sentir feliz, era certamente possível convencê-los de que seu estado
era feliz, não importa como pudessem se sentir!
Os filósofos consideravam a alegria (chara) uma subdivisão
do prazer (hedone). Como uma emoção, chara era vista com desconfiança pelos
estóicos, que sob a pressão da opinião comum posteriormente a classificaram
como 'um bom humor' da alma. [...]
O que é admirável no uso do NT deste conceito, seja na forma
de substantivo (chara) ou verbo (chairo), é que ela retém uma força secular
básica. Contudo, a forma como se experimenta este estado de espírito forte, positivo,
confiante e exaltado está diretamente ligada a um outro paradoxo da fé. Mesmo
sabendo que o caminho para a exaltação é a humilhação voluntária, ilustrada em
Filipenses 2.6-11, a alegria do cristão é frequentemente experimentada em
circunstâncias que ninguém consideraria feliz!
(RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.441).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ARRINGTON,
French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo
Testamento. 4.ed. Vol. 2 Rio de Janeiro:
CPAD, 2009.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo
Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 55, p.39.
EXERCÍCIOS
1. Quem produz a verdadeira alegria em nossos corações?
R. O Espírito Santo.
2. Quem são os inimigos mencionados por Paulo em Filipenses
3.2?
R. Os judaizantes.
3. O que os judaizantes acreditavam e ensinavam aos cristãos
gentios?
R. Eles acreditavam e ensinavam que os gentios deviam
obedecer a todas as leis judaicas, um fardo legalista que nem mesmo os próprios
judeus suportavam (Gl 2.14).
4. De acordo com a lição o que era a circuncisão no Antigo
Testamento?
R. A circuncisão era um rito religioso com caráter moral e
espiritual, consistindo em um sinal físico de que a pessoa pertencia ao povo
com o qual Deus fez um pacto. Era também um sinal de obediência a Deus (Gn
17.11; At 7.8).
5. Defina a verdadeira circuncisão para o cristão.
R. A circuncisão do
cristão é espiritual e interior, operada pelo Espírito Santo, no coração,
mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 4.9-11)
Disponibilizamos a todos, que, quiserem aprender a Palavra de Deus através das Lições Bíblicas Jovens e Adultos da CPAD. Da Escola Bíblica Dominical, faça bom uso da Palavra de Deus através das Lições. Mas por favor, não modifiquem o conteúdo das lições postadas neste blog, e, indiquem a fonte em nome de Jesus!