Lição 3: Joel — O derramamento do Espírito Santo
Data: 21 de Outubro de 2012
TEXTO ÁUREO
“E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do
meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as
vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos
velhos sonharão sonhos” (At 2.17).
VERDADE PRÁTICA
O Espírito Santo não veio ao mundo cumprir uma missão temporária, mas guiar a Igreja até a vinda do Senhor.
HINOS SUGERIDOS
100, 290, 491.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Is 4.43
O derramamento do Espírito Santo
Terça - Mt 3.11
Jesus batiza com o Espírito Santo
Quarta - Jo 14.16
O Consolador está sempre conosco
Quinta - Jo 14.26
O Espírito Santo ensina a Igreja
Sexta - At 2.4
As línguas e o batismo com o Espírito Santo
Sábado - At 11.15,16
Os gentios e o batismo com o Espírito Santo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Joel 1.1; 2.28-32.
Joel 1
1 - Palavra do SENHOR que foi dirigida a Joel, filho de Petuel.
Joel 2
28 - E há de ser que, depois,
derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas
filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens
terão visões.
29 - E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito.
30 - E mostrarei prodígios no céu e na terra, sangue, e fogo, e colunas de fumaça.
31 - O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR.
32 - E há de ser que todo
aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque no monte Sião e
em Jerusalém haverá livramento, assim como o SENHOR tem dito, e nos
restantes que o SENHOR chamar.
INTERAÇÃO
Quando o Espírito Santo foi derramado sobre a
Igreja, em Jerusalém, muitas pessoas ficaram atônitas com o fenômeno,
pois viram gente simples falando línguas totalmente desconhecidas deles.
Outros, no entanto, zombavam, afirmando que essas pessoas estavam
“cheias de mosto” ou “embriagadas”. Nessa ocasião, o apóstolo Pedro se
levantou, junto dos demais apóstolos (At 2.14) e expôs sistematicamente
os pontos centrais da revelação de Deus através de Jesus Cristo. Ele
evocou a profecia de Joel a respeito do derramamento do Espírito Santo
(At 2.15-21), e conclamou-os: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o
dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a
vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso
Senhor, chamar” (At 2.38,39).
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Explicar o contexto histórico, a estrutura e a mensagem do livro de Joel.
- Compreender que o Espírito Santo é uma pessoa divina.
- Saber que o livro de Joel é escatológico.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, utilize o quadro abaixo para introduzir a
aula e explicar que o livro de Joel pode ser dividido em duas partes. A
primeira descreve a devastação de Judá ocasionada por uma grande praga
de gafanhotos e a comunidade. E a segunda, a resposta de Deus a Israel e
às nações.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Derramamento: ato ou efeito de derramar; derramação.
O Movimento Pentecostal, no início do século 20,
colocou o livro de Joel em evidência, fazendo com que ele fosse
conhecido como o “profeta pentecostal”. Apesar disso, o anúncio da
descida do Espírito Santo não é o tema predominante de seus oráculos. A
maior parte de suas profecias fala da praga da locusta e do julgamento
das nações no fim dos tempos.
I. O LIVRO DE JOEL NO CÂNON SAGRADO
1. Contexto histórico. Pouco ou quase nada se
conhece sobre Joel e a sua época. As escassas informações baseiam-se em
alguns lampejos extraídos de seu livro. Era profeta de Judá e seu pai
se chamava Petuel (1.1). Isso é tudo o que sabemos de sua vida pessoal.
Nenhum rei é mencionado em seu livro, dificultando a contextualização
histórica. Ele é anterior a todos os profetas literários, pois tem-se
como certo que escreveu suas profecias em 835 a.C. Trata-se da época em
que Judá estava sob a regência de Joiada durante a infância de Joás (2
Cr 23.16-21). Isso explica a influência e a presença significativa dos
sacerdotes no governo de Judá (Jl 1.9,13; 2.17). O templo estava em
pleno funcionamento (Jl 1.9,13,14).
2. Posição de Joel no Cânon Sagrado. A ordem
dos Profetas Menores em nossas versões da Bíblia é a mesma do Cânon
Judaico e da Vulgata Latina, mas não é cronológica. Joel é o segundo
livro, situado entre Oseias e Amós, mas na Septuaginta há uma diferença
na ordem dos primeiros seis livros: Oseias, Amós, Miqueias, Joel,
Obadias, Jonas.
3. Estrutura e mensagem. O oráculo foi
entregue ao profeta por meio da palavra (1.1). São três capítulos, mas a
sua divisão na Bíblia Hebraica é diferente: lá temos quatro capítulos,
pois o trecho 2.28-32 equivale ao capítulo três, com cinco versículos, e
o conteúdo do capítulo quatro é exatamente o mesmo do nosso capítulo
três. São dois os temas principais: a praga da locusta (1.1-2.27) e os
eventos do fim dos tempos (2.28-3.21). O assunto do livro é
escatológico, com ameaças e promessas.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O livro de Joel é uma obra escatológica que contém advertências e promessas divinas.
II. A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
1. Sua personalidade. O Espírito está
presente em toda a Bíblia, que o mostra claramente como uma pessoa e não
como uma mera influência. Ele é inteligente (Rm 8.27), tem emoções (Ef
4.30) e vontade (At 16.6-11; 1 Co 12.11). Há abundantes provas bíblicas
de sua personalidade.
2. Sua divindade. O Espírito Santo é chamado
textualmente de “Deus de Israel” (2 Sm 23.2,3). Ele é igual ao Pai e ao
Filho em poder, glória e majestade. Na declaração batismal, somos
batizados também em seu nome (Mt 28.19; Ef 4.4-6). Isso significa que o
Espírito Santo é objeto da nossa fé e da nossa adoração. Ele é tudo o
que Deus é (1 Co 2.10,11).
3. Como uma pessoa pode ser derramada? Esta é
uma das perguntas que alguns grupos religiosos fazem frequentemente com
a finalidade de “provar” que o Espírito Santo não é Deus nem uma
pessoa. Aqui, por duas vezes a palavra profética afirma “derramarei o
meu Espírito” (2.28,29), o que é ratificado em o Novo Testamento (At
2.17,18). Ao longo da história, a divindade do Espírito Santo sempre
encontrou oposição. Após o Concílio de Niceia, surgiram os pneumatomachoi (“opositores do Espírito”) que, liderados por Eustáquio de Sebaste (300-380), não aceitavam a divindade do Espírito Santo.
4. Linguagem metafórica. O “derramamento” do
Espírito Santo é a expressão que a Bíblia usa para descrever o
revestimento de alguém com o poder do mesmo Espírito. Trata-se de uma
metáfora, figura que “consiste na transferência de um termo para uma
esfera de significação que não é a sua, em virtude de uma comparação
implícita” (Gramática Rocha Lima).
Simbolizado pela água, o Espírito Santo lava,
purifica e refrigera como reflexo de suas múltiplas operações (Is 44.3;
Jo 7.37-39; Tt 3.5).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O Espírito Santo é uma pessoa e não uma mera influência.
III. HORIZONTES DA PROMESSA
1. Ponto de partida. A profecia do
derramamento do Espírito Santo começou a ser cumprida no dia de
Pentecostes, que marcou a inauguração da Igreja (At 2.16). O apóstolo
Pedro empregou apropriadamente a expressão “nos últimos dias” (At 2.17)
no lugar de “depois” (Jl 2.28a).
Não faz sentido algum, por conseguinte, afirmar que a
efusão do Espírito Santo foi apenas para a Era Apostólica; antes, pelo
contrário, começou com os apóstolos e continua em nossos dias. Era o
ponto de partida, e não de chegada.
2. Comunicação divina. Deus disponibilizou
recursos espirituais para manter a comunicação com o seu povo por meio
de sonhos, visões e profecias, independentemente de idade, sexo e
posição social (2.28b,29). Todavia, cabe-nos ressaltar que somente a
Bíblia é a autoridade divina e definitiva na terra. Quanto aos sonhos,
visões e profecias, são-nos concedidos para a edificação individual, e
não podem ser usados para fundamentar doutrinas. A Bíblia Sagrada é a
nossa única regra de fé e prática.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A efusão do Espírito Santo começou com os apóstolos e continua em nossos dias até a volta de Jesus.
IV. O FIM DOS TEMPOS
1. Sinais. A profecia de Joel fala ainda
sobre aparição de sinais em cima no céu e embaixo na terra, de sangue,
fogo e colunas de fumaça, do sol convertendo-se em trevas e da lua
tornando-se sangue (2.30,31). São manifestações teofânicas de Jeová para
revelar a si mesmo e também para executar juízo sobre o pecado (Êx
19.18; Ap 8.7). Tudo isso o apóstolo Pedro citou integralmente em sua
pregação (At 2.19,20). É de se notar que tais manifestações não foram
vistas por ocasião do Pentecostes. A explicação é que se trata do começo
dos “últimos dias”.
2. Etapas. O primeiro advento de Cristo e o
derramamento do Espírito Santo são eventos introdutórios dos “últimos
dias” (At 2.17). Os sinais cósmicos acompanhados de fogo, coluna de
fumaça etc., ausentes no dia de Pentecostes, dizem respeito à Grande
Tribulação, no epílogo da história, “antes que venha o grande e terrível
dia do Senhor” (Jl 2.31; At 2.20).
3. Resultado. A vinda do Espírito Santo, além
de revestir os crentes em Jesus, resulta também em salvação a todos os
que desejam encontrar a vida eterna. O apóstolo Pedro termina a citação
de Joel com estas palavras: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor
será salvo” (At 2.21). O nome “SENHOR”, com letras maiúsculas, indica na
Bíblia Hebraica a presença do tetragrama YHWH (as quatro consoantes do
nome divino “Yahweh, Javé, Yehovah, Jeová”). O apóstolo Paulo citou essa
passagem referindo-se a Jesus, e afirmando que o Meigo Nazareno é o
mesmo grande Deus Jeová de Israel (Rm 10.13).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O livro de Joel é escatológico. Ele fala do fim dos tempos a partir do derramamento do Espírito Santo nos últimos dias.
CONCLUSÃO
O derramamento do Espírito Santo inaugura a
dispensação da Igreja, que, acompanhado de grandes sinais, faz do
cristianismo uma religião sui generis. A Igreja continua
recebendo o poder do alto e prossegue anunciando a salvação a todos os
povos. Nisso, vemos a múltipla operação do Espírito Santo, revestindo de
poder os crentes em Jesus e convencendo o pecador de seus pecados (At
1.8; Jo 16.7-11).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1. Qual o assunto do livro de Joel?
R. O assunto do livro é escatológico, com ameaças e promessas.
2. Em que parte da Bíblia o Espírito Santo é textualmente chamado de Deus?
R. O Espírito Santo é chamado textualmente de “Deus de Israel” em 2 Samuel 23.2,3 e Atos 5.3,4.
3. Qual o nome do líder que após o Concílio de Niceia não aceitava a divindade do Espírito Santo?
R. Eustáquio de Sebaste.
4. Qual o significado do derramamento do Espírito Santo?
R. O
“derramamento” do Espírito Santo é a expressão que a Bíblia usa para
descrever o revestimento de alguém com o poder do mesmo Espírito.
5. Quais sãos os eventos introdutórios dos “últimos dias”?
R. O primeiro advento de Cristo e o derramamento do Espírito Santo são eventos introdutórios dos “últimos dias” (At 2.17).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Histórico
“Joás, rei de Judá
[...] O verdadeiro descendente de Davi assentou-se
no trono, e reinou durante quarenta anos (835-796). Visto que ele tinha
apenas sete anos quando se tornou rei, ficou sob a tutela de Jeoiada, o
sumo sacerdote, cuja autoridade sobre o jovem monarca estendia-se ao
ponto de escolher suas esposas (2 Cr 24.3). Os anos de apostasia sob
Atália atingiram a vida religiosa da nação. Particularmente grave era o
fato de o templo e os serviços sagrados haverem sido abandonados. Joás,
já no princípio de seu reinado, decidiu reformar e restaurar a casa de
Yahweh (2 Rs 12.2,5). Portanto, incumbiu os sacerdotes e levitas de
saírem a todas as cidades e vilarejos de seu reino a fim de obter as
ofertas para a manutenção do templo.
Embora o apelo resultasse no acúmulo de fundos, a
obra tardou por alguma razão, e até o vigésimo terceiro ano de Joás
(cerca de 814) não havia qualquer indício da obra. O rei Joás então
ordenou ao sumo sacerdote Jeoiada que providenciasse a construção de um
gazofilácio ao lado do grande altar, onde os sacerdotes depositariam as
ofertas do povo. Um apelo foi feito por todo o reino para que trouxessem
suas ofertas ao templo; e com alegria o povo ofertou (MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007, pp.384,86).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Joel: O derramamento do Espírito Santo
Joel, o segundo dos chamados profetas menores,
exerceu seu ministério em Judá, no Reino do Sul. Seu nome significa
“Jeová é Deus”. Em que pese o fato de ele ter profetizado sobre o
derramamento do Espírito de Deus no futuro, com manifestações
específicas, a tônica de sua profecia vai mais além. No capítulo 1,
“Joel profetiza ao povo logo após enormes enxames de gafanhotos terem
destruído a terra. Esses insetos comeram todas as plantas e ervas
próprias para a alimentação. Ao mesmo tempo, havia falta de chuva,
ocasionando também falta de água. Contudo, ainda que essa destruição
tenha sido muito terrível, Joel escreve dizendo que isso não é nada em
comparação com o que Deus está prestes a fazer por causa da
desobediência do povo. Joel pede que as pessoas se voltem para Deus e
lhe obedeçam antes que seja tarde demais.” (Quero Entender a Bíblia,
CPAD, pg.187). Acerca de desastres naturais, Lawrence O. Richards
comenta: “Os desastres naturais geralmente são identificados como sendo
‘atos de Deus’. Na atualidade, sabemos que isso significa tão somente
que não há ser humano capaz de manter controle sobre um evento em
particular. Na época do Antigo Testamento, entretanto, muitos ‘desastres
naturais’ eram literalmente considerados atos de Deus, uma demonstração
de sua soberania sobre os atos naturais para deles se extrair uma lição
espiritual” (Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, pg.531).
Séculos mais tarde, Deus enviou seu Espírito Santo
aos santos que estavam em oração em um cenáculo, aguardando o
cumprimento do que Jesus havia prometido: um revestimento de poder com o
objetivo de anunciarem o evangelho de Jesus Cristo. Naquele dia,
aqueles que estavam no cenáculo foram cheios com o Espírito Santo, de
forma que falaram em outras línguas, e anunciaram a Jesus de forma
ousada e sem temor dos homens. Pedro utilizou a passagem de Joel para
explicar o derramamento do Espírito Santo, mostrando que esse evento
traria sinais como a capacidade de profetizar e ter visões.
Joel também apresenta pontos em sua profecia, como o
chamado “Vale da Decisão”, local em que Deus há de apresentar suas
decisões contra a humanidade rebelde (e não um lugar onde as pessoas
decidirão o que vão fazer); fala também que aquele que invocar o nome do
Senhor há de ser salvo, uma observação inicial para os judeus, mas que
entendemos ter sido estendida aos gentios que clamarem a Deus e que
serão salvos.
Fonte:Estudantes da Bíblia
Fonte:Estudantes da Bíblia
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