Data: 30 de Setembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Sei estar abatido e sei também ter abundância;
em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter
fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer
necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.12,13).
VERDADE PRÁTICA
As tribulações levam-nos a amadurecer, em Cristo, capacitando-nos a desfrutar de uma vida espiritual plena.
HINOS SUGERIDOS
526, 531, 535.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - At 9.5,16
O padecimento do apóstolo
Terça - 2 Tm 4.9-11
A solidão do apóstolo
Quarta - Mt 7.4; 2 Tm 2.4
O caminho que leva à vida
Quinta - 2 Co 2.4
Sofrimentos e angústias
Sexta - Fp 4.12
Instruído na provação
Sábado - Fp 4.13
Podemos tudo naquEle que nos fortalece
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.10-13.
10 - Ora, muito me regozijei no
Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos
tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11 - Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 - Sei estar abatido e sei
também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou
instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância
como a padecer necessidade.
13 - Posso todas as coisas naquele que me fortalece.
INTERAÇÃO
Professor, chegamos ao final de mais um
trimestre, este foi um pouquinho mais longo devido o fato do ano ser
bissexto e ganharmos mais uma lição. Vivemos tempos onde somos
diuturnamente tentados a trocarmos a essência do verdadeiro Evangelho
pela artificialidade das mensagens que nos são convidativas. Prega-se o
fim do sofrimento em detrimento do sofrimento por Cristo; o
antropocentrismo em detrimento do cristocentrismo; o triunfalismo em
detrimento da simplicidade de Cristo Jesus. Mas, somos convidados, mesmo
em tempos difíceis, prezado professor, a não perdermos de vista a
simplicidade e o equilíbrio do Evangelho. Por isso, tende bom ânimo!
Porque Ele, Jesus Cristo, venceu o mundo!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Descrever as aflições da vida do apóstolo Paulo.
- Explicar como se contentar em Cristo apesar das necessidades.
- Saber que precisamos amadurecer pela suficiência de Cristo, o nosso Senhor.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, antes de iniciar a lição de hoje,
faça uma revisão dos temas estudados neste trimestre. A revisão do
conteúdo programático das lições é muito importante para você concluir
as lições. O objetivo do trimestre foi demonstrar ao aluno que, apesar
dos percalços da vida, é possível ter uma vida plena da graça de Deus.
Após a revisão das lições, inicie a última aula explicando aos alunos
que, apesar dos sofrimentos cotidianos, como na vida de Paulo, podemos
desfrutar da graça e do amor de Deus respectivamente. Não esqueça de
agradecer a Deus pela conclusão de mais um trimestre.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Aflição: Estado daquele que está aflito; profundo sofrimento; ânsia, agonia, angústia.
No início desse trimestre, perguntamos se o crente
em Jesus pode sofrer. A resposta reflete àquilo que já sabemos. O
sofrimento na vida do justo é perfeitamente natural, pois peregrinamos
num mundo de aflições. No entanto, é possível ao crente sofredor viver
plenamente em Cristo (Jo 10.10). Por isso, na lição de hoje, estudaremos
acerca da possibilidade de, apesar das angústias e lutas, vivermos de
forma plena. Veremos que o servo de Deus pode desfrutar de uma vida
cristã abundante em meio aos sofrimentos cotidianos. Com nossa mente e
coração firmados no Eterno, Ele nos conduzirá, pelo seu poder e graça,
ao deleite das suas promessas (Is 40.28).
I. VIVENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA
1. As aflições de Paulo. Depois de Jesus, uma
das pessoas mais experimentadas no sofrimento por amor a Deus
certamente foi Paulo. O Meigo Nazareno revelara a Ananias a dolorosa
experiência paulina: “E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu
nome” (At 9.16). Ao longo do Novo Testamento, o apóstolo dos gentios é
provado de várias formas (2 Co 11.23-33). O homem que perseguia os
cristãos se torna perseguido; aquele que os afligia, é afligido; o que
consentia na morte dos outros, tem a sua consentida. Por isso, o Senhor
disse a Paulo que duro seria “recalcitrar contra os aguilhões” (At 9.5).
2. Deixado por seus filhos na fé. “Bem sabes
isto: que os que estão na Ásia todos se afastaram de mim; entre os quais
foram Fígelo e Hermógenes” (2 Tm 1.15). Após uma prática intensa de
implantação de igrejas locais — discipulado, formação de liderança
nativa e defesa do Evangelho —, comunidades inteiras foram atendidas
pelo trabalho de um verdadeiro apostolado. Não obstante, Paulo sente-se
abandonado por seus irmãos de caminhada. Prisioneiro de Roma, é
inimaginável a tristeza do apóstolo nesse momento de solidão (2 Tm
4.9-11).
3. A tristeza do apóstolo. O apóstolo dos
gentios sente a dor do desamparo, da traição e da perda quando pede a
Timóteo: “Procura vir ter comigo depressa. Porque Demas me desamparou
amando o presente século [...] Só Lucas está comigo” (2 Tm 4.9,11). O
quadro da vida de Paulo mostra-nos como podemos ser vítimas do
desamparo, da traição e do abandono na caminhada cristã. Esse fato não
acontece apenas com pessoas não crentes. Aconteceu com Paulo! Pode
acontecer com você também! Mas, onde está a sua esperança? Em quem ela
se fundamenta? As respostas a essas perguntas podem, ou não, mudar o
caminho de sua vida cristã (Mt 7.14; 2 Tm 2.4).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A provação do apóstolo dos
gentios é assim sintetizada: o homem que perseguia os cristãos é
perseguido; aquele que afligia, é afligido; o que consentia na morte dos
outros, tem a sua consentida.
II. CONTENTANDO-SE EM CRISTO
1. Apesar da necessidade não satisfeita. A
prisão gélida onde Paulo foi encerrado expressa o estado da completa
falta de dignidade humana em que ele encontrava-se. Apesar de receber
apoio das igrejas locais, nem sempre o apóstolo dos gentios teve suas
necessidades satisfeitas. Por isso, dizia ele estar escrevendo em meio a
muitos sofrimentos, angústias e com muitas lágrimas (2 Co 2.4).
A experiência paulina desafia-nos a viver um
Evangelho que não prioriza a ilusão de uma vida de “mar de rosas”.
Antes, desafia-nos a viver a realidade dos “espinhos” e “abrolhos” que
não poucas vezes “ferem-nos a carne”. Todavia, a graça de Cristo é-nos
suficiente para que, mesmo não tendo as necessidades satisfeitas, o
nosso coração se acalme e venhamos a nos deleitarmos em Deus (2 Co
12.9).
2. Livre da opressão da necessidade. Embora
preso e necessitado, o apóstolo envia uma carta aos filipenses,
demonstrando o regozijo do Senhor em seu coração ao saber que os crentes
daquela localidade lembravam-se dele (Fp 4.10). Esse fato denota a
maturidade do apóstolo em Cristo mesmo no sofrimento do cativeiro
(v.11). Como Paulo, devemos regozijar-nos no Senhor em meio às aflições e
aos sofrimentos da vida. Isso é ser maduro e livre da opressão da
necessidade! Embora esta nos assole o coração, ainda assim esperamos em
Deus e alegramo-nos nEle, que é a nossa esperança (Sl 11.1; 35.9;
42.11).
3. Contente e fundamentado em Cristo. O
apóstolo dos gentios agradece aos filipenses pelas ofertas e
generosidade praticadas em seu favor (Fp 4.14). No entanto, embora
carente, a alegria do apóstolo pela oferta recebida não demonstra o
desespero de alguém necessitado por dinheiro, antes, evidencia a
suficiência de Cristo representada através do socorro da igreja de
Filipos (4.18). Outro destaque nesse episódio é o regozijo de Paulo pela
maturidade cristã dos filipenses. Ele atestara que, a seu exemplo, essa
igreja encontrava-se edificada em Cristo (1.3-6). A alegria de Paulo
não estava na oferta recebida, mas no contentamento que desfrutava em
Cristo Jesus, nos momentos de aflições, e em ver a disposição da igreja
filipense.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Apesar de muitas vezes o
apóstolo Paulo não ter suas necessidades satisfeitas, ele se viu livre
da opressão da necessidade, contentando-se em Jesus Cristo.
III. AMADURECENDO PELA SUFICIÊNCIA DE CRISTO
1. Através das experiências. “Sei estar
abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as
coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a
ter abundância como a padecer necessidade” (Fp 4.12). Em Romanos 5.3-5 o
apóstolo Paulo descreve o processo da maturidade cristã que o Senhor
espera de seus servos: a tribulação produz a paciência; a paciência, a
experiência; a experiência, a esperança; a esperança, a certeza.
A vida de Paulo nos ensina que a provação na vida do
servo de Deus forjará uma pessoa melhor, mais crente em Jesus e fiel a
Deus. O sofrimento faz-nos constatar o quanto dependemos do Senhor (Sl
118.8,9). Nada melhor do que crescermos em Deus, e diante dos homens,
com as nossas próprias experiências!
2. Não pela autossuficiência. Passar pelas
experiências angustiosas da vida só revela o quanto somos dependentes do
Altíssimo. Se não fosse por obra e graça de Deus não desfrutaríamos a
sua doce presença. Como explicar a solidez da fé de uma mãe que perdeu
seu filho; da esposa que, de forma trágica, viu a vida do seu cônjuge se
esvair; do pai de família que, da noite para o dia, veio a perder todos
os bens materiais; mas, ao mesmo tempo, podem dizer: O Senhor o deu e o
tomou; bendito seja o nome do Senhor! (Jó 1.21).
Muitos outros exemplos podem ser lembrados, mas
nessa oportunidade, destacamos o quanto somos finitos, limitados e
insuficientes na hora da aflição da vida. Há, porém, um lugar de abrigo
nos dias de tribulação: o esconderijo do Altíssimo. Pelo qual, podemos
dizer: “Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele
confiarei” (Sl 91.2).
3. Tudo posso naquele que me fortalece. Essa
expressão revela o contentamento de Paulo e a sua verdadeira fonte:
Jesus Cristo. Infelizmente, a expressão paulina tem sido mal
interpretada. O texto não mostra nada além da maturidade que o apóstolo
adquiriu. Após, e durante todo o sofrimento por amor a Cristo, o
apóstolo pôde regozijar-se, não pela autossuficiência, mas pela
confiança em Cristo, nosso Senhor. Diante de toda a provação e
sofrimento, o Pai Celestial pode nos dar a sua graça para suportar as
aflições do mundo. Pois, verdadeiramente podemos dizer: “Posso todas as
coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Através das experiências obtidas na vida cristã, não nos tornamos autossuficientes, mas amadurecemos pela suficiência de Cristo.
CONCLUSÃO
Querido irmão e prezada irmã, jamais foi nossa
intenção, nesse trimestre, desenhar para você um quadro ilusório da
vida, dizendo: “Você não mais sofrerá, nem ficará doente ou muito menos
morrerá”. Não! Tais falácias não são promessas bíblicas. Jesus nunca
usou desses subterfúgios para lidar com os problemas existenciais dos
seus discípulos. Nós, segundo o seu exemplo, temos a obrigação de dizer
ao povo de Deus que no mundo teremos aflições (Jo 16.33). Mas Ele venceu
o mundo e, por isso, devemos ter bom ânimo. É perfeitamente possível
desfrutar a paz do Senhor no momento de provação e sofrimento. Por isso,
tenha a paz em Deus, que excede todo entendimento, e bom ânimo em
Cristo! Ele está conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt
28.20). Amém!
VOCABULÁRIO
Gélida: Extremamente fria; gelada, glacial.
Abrolhos: Espinho de qualquer planta.
Abrolhos: Espinho de qualquer planta.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
CABRAL, E. A Defesa do Apostolado de Paulo: Estudo na Segunda Carta aos Coríntios. 1.ed., RJ: CPAD, 2009.
ZUCK, R. B. Teologia do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2008.
ZUCK, R. B. Teologia do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2008.
EXERCÍCIOS
1. O que o Meigo Nazareno revelou para Ananias acerca da experiência paulina?
R. O quanto deveria padecer pelo nome de Jesus (At 9.16).
2. O que o quadro de vida do apóstolo Paulo nos mostra?
R. Ele nos mostra como podemos ser vítimas do desamparo, da traição e do abandono na caminhada cristã.
3. Qual o desafio da experiência paulina para nós?
R. Viver o Evangelho que não priorize a ilusão de uma vida de “mar de rosas”, mas a realidade dos “espinhos” e “abrolhos”.
4. Embora preso e necessitado, o que o apóstolo demonstra quando envia uma carta aos filipenses?
R. Regozijo do Senhor em saber que os crentes daquela localidade lembravam-se dele.
5. O que a expressão “Tudo posso naquele que me fortalece” revela?
R. O contentamento de Paulo e a sua verdadeira fonte: Jesus Cristo.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Bibliológico
“O consolo divino e o consolo comunitário
Paulo enfatiza o conceito de consolo. ‘O Deus de
toda a consolação’ (2 Co 1.3). Deus Pai não é apenas um Deus que se
compadece de nós nas nossas tribulações, mas aquEle que alivia nossos
sofrimentos com o bálsamo de consolação do seu Espírito (Is 40.1;
66.13). A força da palavra consolo está no termo grego parák[l]etos
utilizado em o Novo Testamento em referência à pessoa do Espírito
Santo, como ‘o outro consolador’ prometido por Jesus, antes de ascender
ao seu lugar no céu (Jo 14.16; 16.13,14). No versículo 4, Paulo dá um
caráter bem pessoal com a frase: ‘Aquele que nos consola’ referindo-se
especialmente à sua experiência pessoal vivida naqueles dias com as
perseguições e calúnias contra a sua pessoa. Tanto ele quanto seus
companheiros de ministério tinham passado por tribulações no mundo, mas
tinham também o consolo e a paz de Cristo Jesus (Jo 14.27; 16.33). Na
sequência do versículo 4, Paulo diz que o consolo que recebemos de Deus
em meio às tribulações tem por objetivo servir de bênçãos para nós
mesmos, que aprendemos a lidar com as circunstâncias, e nos tornar
canais de consolo para outros. Na verdade, esse texto nos fala da
responsabilidade do crente em relação aos seus irmãos em Cristo, quando
enfrentam tribulações” (CABRAL, E. A Defesa do Apostolado de Paulo: Estudo na Segunda Carta aos Coríntios. 1.ed., RJ: CPAD, 2009, p.36).